Deus salve o Rio

segunda-feira, 19 de março de 2018


Na semana passada eu assisti a uma novela global que se intitula: “Deus Salve o Rei”. Encerrada uma cena onde um arqueiro mata um indivíduo, enfiando-lhe uma flecha no peito, em seguida passei para um canal noticioso. A novela Deus Salve o Rei contava uma estória ocorrida idade média e o noticiário mostrava um morro no Rio de Janeiro alguém que tinha sido alvejado por uma bala perdida, sabe lá. Subindo aquele morro protegido por carros blindados seguia uma boa parte da milícia do exército brasileiro e um pelotão da policia militar do Rio de Janeiro, sendo todos recebidos à bala por traficantes. Olhei para o canto esquerdo do sofá e perguntei o meu sobrinho se ainda tinha vontade de conhecer o Rio de Janeiro. Mas para amenizar o ambiente e não lhe tirar de sua cabeça o desejo de conhecer a cidade maravilhosa, disse-lhe: Pietro, se você tiver medo de visitar o Rio jamais o deixe tomar conta de você e de irradiar a luz que habita no seu coração. Quem dera se as pessoas se levantassem e empenhasse em salvar o Rio de Janeiro, e o próprio homem, usando do poder para varrer a criminalidade; combater a própria a ganância pelo Poder; combater a corrupção generalizada; amenizar o ódio entre as comunidades e o crime organizado; eliminar do poder aqueles que visam somente o lucro fácil, assim como, extirpar os mandatários e políticos corruptos que vêm destruindo o Rio e o Brasil há décadas.

Os moradores dessa bela cidade devem se unir e lutar para conquistar a paz nos morros, nas ruas e avenidas; precisam se dedicar à busca do amor; da partilha; da ajuda e socorrer a quem mais precisar, sendo assim, acredita-se que tudo seria diferente. Não é utopia o que penso, é a coragem de acreditar que mesmo com poucas pessoas podemos aos poucos nos unir para mudar tudo que vem acontecendo, não só no Rio como em todo o Brasil. Combatendo a impunidade e todos os malfeitores e criminosos que vêm atentando contra o estado de direito e a democracia brasileira, há de se acreditar em um mundo melhor para todos.

Como salvar o Rio da criminalidade ou o carioca salvar de si mesmo? Hoje o rio de Janeiro é um núcleo duro cercado de clara de ovo por todos os lados, de liquidez instável que se modifica a cada dia. É o resultado de estímulos vívidos de formas diferentes, nada mais. Policiais invadem morros e escutam da comunidade os prantos e pranteados de inocentes. Nos casebres e nas ruas são encontradas, maconhas, seringas, maços e mais maços de cigarros, consumidos à exaustão durante as madrugadas. Os policiais cruzam com os transeuntes que descem e sobem o morro. É possível notar os dentes amarelados, corpos esqueléticos, maltrapilhos, um jeito esquisito de sorrir, os olhos baixos, tão inexpressivos e preguiçosos que parecem querer desistir de viver. Mas o núcleo duro permanece intacto, a personalidade continua com imensas crostas, assim como, a ira das lágrimas e o tremor das mãos tão ávidas para revidar ou vingar a morte de um inocente.

A inépcia do ego em servir-se do resto da alma de alguém ainda subsiste ao enfrentamento do crime organizado que se encontra sob o imponderável de seu Ser e é o que lhe permite sobreviver sem serem pulverizados naquele morro infestado de criminosos e traficantes. Não, não o orbe terreno, mas o Rio é circundado por cenas teatrais armadas de emoções humanas, sem destino, sem motivos, por isso, é que eles precisam de Deus para salvá-los, pois se dependerem do homem a impunidade permanecerá como está. Não é por acaso, mas tudo que está ocorrendo no Rio de Janeiro e ou mesmo no Brasil os exemplos maléficos “vem de cima”, do Poder maior e o que sobrariam dos cariocas ou brasileiros se a fornalha poderosa produtora da criminalidade trabalhasse sem descanso e voraz?

Pergunto: Qual é o futuro de uma cidade como o Rio? Cidade maravilhosa, que têm um povo alegre, mas abandonado à sua sorte, e que só é lembrado em tempos de eleições. Onde a justiça funciona somente para os que não têm influência. Enquanto políticos desviam grandes somas de dinheiro e nada lhes acontece, mas o ladrão de galinha fica anos na cadeia. Cidade onde quem tem opinião contrária é assassinada como aconteceu com a vereadora Marielle Franco e tantas outras pessoas, gentes importantes da sociedade carioca que foram assassinadas, também com muita barbárie, mas não receberam a mesma comoção dada pelos jornais e TV em relação ao caso da vereadora. Todavia, há de se ressaltar que de qualquer forma o assassinato de políticos á um atentado a soberania nacional. Entra nessa estatística de barbárie o assassinato de vários policiais honrados que combate o crime organizado, pais de família, mortos por traficantes, então, como fica?

Em se tratando do governo federal cito outro exemplo que enoja o povo é verificar que, para ocupar um cargo público, não precisa ser competente, apenas deve o nomeado ler na mesma “cartilha” de quem está no Poder. Não é somente o Rio que está em mal estado, mas sim, o regime e as pessoas desonestas que o governa. Por outro lado, como é que querem justiça num País onde se tem uma polícia e justiça acuada. Num País onde se fala em combater a corrupção, como é que vão combater a corrupção se o próprio mandatário é um corrupto e está sendo investigado pelo Supremo. Não há dinheiro para investir na saúde e na educação, mas há dinheiro para eles, quero dizer, para negociação de cargo para apoio político sempre tem. Há mais políticos preocupados em enriquecer a si próprios e as suas famílias do que o País. Isto acontece no Rio de Janeiro, onde sobram traficantes corruptos e corruptores, criminosos de colarinho branco que roubam bens, lesam o Estado e o próprio povo. Alguns foram presos e outros soltos através de Habeas Corpus pelo Supremo. São políticos apaziguados, ricos, com muito poder de mando, que desviaram dinheiro, lesaram o patrimônio público e ficaram impunes.

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