Amigo leitor (a)

Amigo leitor (a). Quando lemos um livro, ou qualquer texto, publicados ou não, que são sinônimos do prazer, por mais simples que forem, sejam reais ou surreais, nos permite exercitar a nossa memória, ampliar nossos conhecimentos e nos faz sentir as mais diversas emoções, por isso, sensibilizado, agradeço a sua visita ao meu Blog, na esperança de que tenha gostado pelos menos de um ou que alguns tenha tocado o seu coração. Noutros, espero que tenha sido um personagem principal e encontrado alguma história que se identificasse com a sua. PARA ABRIR QUALQUER CRÔNICA OU ARTIGO ABAIXO É SÓ CLICAR SOBRE O TÍTULO OU NA PALAVRA "MAIS INFORMAÇÕES. Abraço,Vanderlan

Peraltices de um escriba.

sábado, 28 de novembro de 2015

Quando o tempo me sobra ou me sobra tempo, procuro o meu computador instalado naquele quartinho de empregada que transformei em escritório. Na parede, além do antigo retrato de meus pais, pintado a óleo, pendurei todos os diplomas, certificados e títulos recebidos, e neste mês, recebi mais três e o jeito foi procurar um espaço pra eles. Considero todos de grande importância, principalmente o último que recebi na Universidade de Santiago do Chile. Perto deles, e principalmente, quando estou bem desperto, produzo melhor meus escritos e às vezes nem noto que estou em plena selva de concreto e asfalto. Do meu pequeno escritório, no 13.º andar, pode-se ver o pôr do sol e o nascer da lua mesmo com as persianas semi-serradas. Na parede, à esquerda, diplomas de várias entidades e Academias de Letras se destacam e eles são incentivos para continuar escrevendo. Sem pestanejar, vou à janela, livro-me das persianas e a uso como um mirante para visualizar as ruas, prédios e o longínquo horizonte. Encho os olhos de paisagens e na retina, impregno os meus sonhos.

Do alto, vejo um cachorrinho preso a uma fina corda que, inocentemente, deposita os seus restos de lixo na calçada e uma senhora, que deve ser “mãezinha” dele, nem liga, pois a calçada não é a dela e nem mora perto. Eu tive que rir, ri muito daquela situação vexatória e do rosto ruborizado da mulher quando o danado do cãozinho defecou bem mole sobre a calçada. Como ela iria colocar no saquinho de plástico? Senti-me culpado, pois devia ter entrelaçado os dedos para prender o cocô no orifício do bichinho. Ao ver aquela cena meus pensamentos foram e voltaram na velocidade da luz trazendo o meu tempo de criancice. No que tange a aquele cachorrinho é claro que veio à minha mente cenas do passado: cachorros fazendo suas necessidades, e a gente, inocentemente, sem maldade, entrelaçava os dedos indicadores e num repente, os excrementos do animal não fluíam mais, ficavam como que congelados entre o orifício e o espaço. Quanto à lembrança que tive de certo cachorrinho, infelizmente, não tive tempo de entrelaçar os dedos. Sorte dele, mas não da dona. Mas naquele tempo situação como esta aconteceu com uma senhora educada, de fino trato, que apenas ficou observando sorrateiramente o meu ato e nem se importou quando descruzei os dedos e juntos escutamos o gemido do canino e sair do orifício um excremento e “plaft”: o sólido foi atraído pela gravidade e se espatifou no chão.

Do alto, o sol veraneado de uma manhã de domingo me animava a tirar os óculos de grau para captar de modo natural, sem anteparos, o mundo que me rodeava. Esparsas nuvens, raios de sol e um bando de pássaros que brincavam de esconde-esconde nos arvoredos, por isso é que tomei a decisão de descer com a máquina para fotografar a beleza celeste e aqueles pequenos pássaros, mas quando cheguei à calçada, eles não estavam mais lá e o jeito era fotografar os raios de sol que retalhavam os prédios e, com certo cuidado, esgueirei-me pelos muros, sorrateiro, caviloso, dissimulado, para conseguir chegar a uma distância que julguei suficiente para localizar os pássaros e produzir com a máquina uma obra de arte: prédios, raios de sol e os pássaros com seus vôos rasantes.

Quando retornei ao escritório fui conferir as imagens e descobri que em três fotos não tinham os pássaros e nem prédios, e em outras três, apenas uma distinguia duas aves e um prédio, tornado-se um exercício de adivinhação. Descobri que não era um bom fotógrafo. Um caso à parte, mas impediu-me de postar no PC. Ah, para não me descontrolar dentro de minha “caixa de fósforos”, que é meu escritório, e não esquentar a “moringa”, fui até a uma pia e joguei um pouco de água no meu couro cabeludo, depois liguei o ventilador, respirei fundo e disse: As fotos não saíram boas, mas também não pisei em nenhum excremento de animal.

Mas vamos esquecer esses restos de animais que ficam nas calçadas e ao invés de placa no jardim pedindo aos donos para recolher os excrementos, vamos entrelaçar os dedos. Mas, voltemos ao que interessa: o meu pequeno e “aconchegante” escritório. Neste ambiente cercado por uma estante cheia de livros é que componho as minhas escrituras, converso com as pessoas amigas através da internet e escrevo minhas malfadadas crônicas. Sentado diante do computador massageando o teclado até formar um emaranhado de letras, às vezes recolho de meu pensamento que está bem distante algumas frases há tempo impregnadas em meu subconsciente, que me embaralham, mas teimoso, escrevo.

Todavia, o espaço que me reserva o jornal Diário da Manhã é pequeno, mas à vezes, até abuso, como faço neste texto. Então, o jeito é parar de escrever porque não gosto muito de lamúrias e nem vivo ancorado no passado, assim como, não me apoquento e nem me deixo ancorar nos fundos rochosos ou arenosos de minha massa cefálica, caso algum livro ou texto meu não sejam publicados. Escrevo por escrever. Amo escrever e às vezes pergunto a mim mesmo: Onde estão os amigos confrades, acadêmicos que quase não se comunicam? Eu estou aqui dialogando com o mundo, um simples escriba ou aprendiz de escritor, nascido no interior e crescido na periferia da Capital, que andou de pés descalços, camisa surrada, calças curtas, mas, hoje, dotado de uma curiosidade enorme, cheio de esperança e que continua buscando sonhos ilimitados. Posso dizer que me tornei um homem moderno, ajustado, tolerante, sem preconceitos, todavia, diante da parafernália eletrônica, seja em tempo frio ou quente, este acadêmico ou confrade que ora escreve é, como dizem os argutos: sumidouro de memórias, ah, isso realmente sou... Então, caros amigos e amigas, cuidem-se!




Tragédia no Reino das Águas Piscosas.

domingo, 22 de novembro de 2015


É lamentável o que ocorreu e ainda ocorre em Minas Gerais. Mais lamentável ainda é aqueles que nascerão e não terão a chance de conhecer Rio Doce em toda sua beleza, essência e plenitude. Ao vê-lo combalido pela lama, posso dizer que fui feliz e privilegiado por ter nascido às margens do Rio São Domingos dos Olhos D’água, que dava nome a fazenda de meu avô. Posso dizer também que nasci em um berço d’água criado pela mãe natureza, rodeado das mais belas paisagens e cachoeiras que existiam aos montes, além de ter o privilégio de ficar ouvindo o canto de espécies diversas de pássaros e o ecoar de alguns animais selvagens que se ouvia longe. Talvez tenha sido aquele berço que me tornou amante da natureza e nunca mais me afastar dela. Mas vieram os tempos, foram-se os berços d’água, secaram os rios, e, sem alternativa, tive que ir afastando de minha visão a destruição dos mananciais e de tantos outros rios no Brasil. Impotente, sem poder fazer nada, pois sabia que o meu grito e tão pouco minhas lágrimas, os traria de volta, e tampouco, todo o esplendor que um dia encantou meus olhos. Restou-me a lembrança, mas ficou a esperança de que um dia o homem usará sua bondade, sua sabedoria e sua inteligência a favor daquilo que ainda nos resta. Um dia talvez, mas não acreditando que seja especificamente amanhã dada a fragilidade da política pública brasileira.

Em outras situações, países se unem para levar a paz no mundo, combatendo os terroristas, aqueles que causam as guerras e destruições entre povos e nações, no entanto, primeiramente, o homem deveria procurar a sua paz interior, corrigir as suas próprias distorções sociais. A partir do momento em que a gente se conhece, que nos encaixemos em alguma coisa e reconhecermos que também erramos, descobrimos em nosso Interior que não temos a humildade de reconhecer e admitir que todos venham a errar. Então devemos ver e descobrir o que nos completa, o que nos faz melhor e feliz, aí, podemos viver em paz, não só com a gente mesmo, mas com os outros também. Desse modo, podemos olhar com mais carinho e afeto o que Deus nos deixou de mais precioso e para nossas vidas também. Passando a viver como se não houvesse amanhã; passando a viver para o bem do próximo; passando a viver para o amor que é o maior de todos os dons. Assim, temos que agradecer sempre a Deus pela nossa vida, pelo lugar onde vivemos, pela água e alimento que temos todos os dias e que nenhum dia nublado possa ofuscar a beleza que existe em cada olhar.

Foi chocante pra mim que ver aquelas cenas horripilantes que começou no município de Mariana, com o rompimento da barragem que causou o maior desastre ambiental do Brasil. Foi chocante ver a angústia e desespero daquele povo. Olhei fixo para a TV e perguntei a mim mesmo: O que posso fazer? Como ambientalista que conselho eu devo dar? Estamos vivendo um momento político frágil, corrompido, cheio de “mutretas”, de negociatas escusas entre políticos para se manter no poder e que enojam o País. O que devo dizer? Pois bem. Repriso aqui uma pequena opinião que publiquei numa coluna de um jornal: “O ser humano quando derrubar a última árvore, quando matar todos os animais, quando poluir o último rio, quando dizimar todos os peixes e afogar em sua própria lama é que perceberá que jamais poderá beber ou comer dinheiro. Isto é fato. E foi aí que me lembrei novamente de onde nasci e do Rio São Domingos dos Olhos D’água. Diante da TV, não resistindo a tanto impacto destruidor, questionei: Onde está rio Doce que ontem em tuas águas todos ribeirinhos banhavam-se, matavam a sede, pescavam com seus barcos, pois dependiam dele para sobreviver, alimentar suas famílias? Rio que era a esperança de uma grande região mineira e dos olhos de quem molhou, mas, hoje, é pura destruição e desencanto, pois ele dificilmente alimentará seus pescadores e as pessoas que dele depende, e isto, custará muito caro para Minas e toda Nação brasileira”.

Assistindo uma reportagem sobre a região do Rio Doce ela me conduziu ao silêncio e me fez refletir horas e horas, mas nas entrevistas, era fácil observar os maus administradores se digladiarem diante dos repórteres, medindo seus gestos, usando de subterfúgios e da hora mais imprópria para esconder seus erros. Até a Presidente Dilma só visitou o local sete dias depois. Que cruel despreparo! Mas é fato que se rompeu uma barragem e sobre o rio Doce foi despejado lamas e detritos contaminadores, daí não se discute, toma-se providências urgentes. Durante a reportagem aparece um pescador com os olhos lacrimejados, olhando aquelas cenas estarrecedores como se ele estivesse num cemitério de peixes de onde exalavam um cheiro fétido, uma poluição que dizimou vários espécimes de cardumes. O que posso falar de você Rio Doce, rio piscoso que alimentou gerações? A sua beleza ficará para sempre em nossa memória e a sua história, vai para mais além do que escrevo, porque sei que não tardará e um dia voltarás para rasgar as sombras fúnebres que o cercou e lhe sujou de lama a alma, mas nesta outra fase de sua vida hei de acreditar que virão transbordando do seu leito muitas esperanças, virão novos cardumes e suas águas adocicadas afagarão o rosto daqueles que lutaram pela volta de seu reinado.

Idas e vindas pelas ruas e metrôs de Santiago.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Como foi bom a gente conhecer outros países e lugares incríveis como a vinícola Undurraga, Pátio Bella Vista, Museu Pablo Neruda, subir no bondinho Funicular instalado no Serro San Cristobal e depois, o Restaurante Giratório. Como foi bom conhecer novas pessoas, sua forma de acolher, sua cultura. Como foi bom renovarmos e sentirmos o espírito se fortalecer com esses novos ares. Como foi bom absorver tudo ao redor, sonhar, poder refletir e sentir naquelas plagas de língua castelhana tamanha satisfação. Como foi bom o tour pelo Chile e Buenos Aires, ah, se foi... E não há coisa melhor de se fazer do que viajar, degustar com os olhos a beleza da natureza ou o universo em si, pois no ar ou na terra, a gente renasce, voltamos a ser criança e desfrutamos da alegria de todos aqueles que participaram do IV Encontro Internacional de Ciências, Tecnologias, Literatura e Meio Ambiente, tornando aquele momento, único.

No último dia quando fomos a Universidade de Santiago do Chile para pegar nossos certificados de participação naquele Encontro, na ida, pegamos um táxi e na volta, o metrô, cuja parada, ficava bem em frente à Universidade. Era uma quarta-feira, e nós tínhamos levantado bem cedo, já que, além de receber os Certificados, precisávamos entregar nosso material, resumo do trabalho, livros e DVD ao Coordenador Geral do Encontro, o professor chileno Eduardo Devés.

Deixamos a Universidade fomos direto a Estação Central para pegar o metrô. Como no Chile o povo usa muito este tipo de locomoção, logo à entrada vimos um aglomerado de pessoas descendo as escadas e andando rápido rumo às plataformas, mas duas cenas me chamaram à atenção, a primeira foi um grupo de jovens oriundas da Argentina, uma aparentava mais velha que as outras duas. A loira do grupo desceu da escada rapidamente deixando as outras para trás, bem no momento que um metrô passava, fazendo-a segurar o vestido para que não subisse com o vento. Ponderei e esperei para ver onde a história terminaria. Já havia demorado tanto, o que seriam mais alguns minutos? As outras duas jovens também desceram a escada, depois, uma parou frente à outra e se entreolharam. A loira exclamou “é o ultimo dia nosso aqui? Pergunta de loira. Ah, deixa pra lá. Respondeu a outra. Ela se afastou um pouco para dar privacidade para as amigas e transformar-se numa espécie de platéia, assim como eu, curioso que sou. Só as pessoas que me acompanhavam não observaram. Vi a troca de olhares entre as duas jovens, e, como se não houvesse mais ninguém ao redor, as duas se abraçaram, e de olhos fechados, ficaram ali, no meio da estação, enquanto as pessoas passavam. Parecia que o tempo não passava para elas, enquanto sussurravam algum tipo de promessa. Agucei o ouvido para ouvir o que elas urdiam, mas o vozerio e barulho do metrô roçando os trilhos me impediam de ouvir.

Quanto a despedidas, já estava bastante acostumado, mas aquela parecia diferente. Não, aparentemente era um abraço de duas pessoas que se gostavam muito, mas os olhares trocados antes queriam dizer algo a mais. Quando se soltaram do abraço, olharam nos olhos uma da outra, para selar a tal promessa. As duas tinham a boca trancada, talvez para segurar as lágrimas, talvez por que o momento não pedisse palavras. Uma delas se afastou e a loira deu um abraço na outra. Não, não era a mesma coisa, pude perceber. O trem passou inversamente do outro lado da estação. Um barulho infernal. A menina que havia se afastado deu uma última olhada para a outra, sorriu, virou-se e seguiu decidida para o vagão, seguida pela loira, que lhe dizia algo que também não pude ouvir, enquanto a outra ficava sozinha parada no meio da estação.

A porta do vagão fechou-se e o metrô saiu veloz, levando as amigas e promessas. A menina que havia ficado, virou-se e saiu caminhando desaparecendo no meio do povo que se aglomerava na plataforma. Dava para notar que seu rosto era uma mistura de alegria pelo encontro e tristeza pela despedida.

Pois bem. Eu disse no preâmbulo que duas cenas tinham me chamado à atenção. Então, vamos à segunda. As pessoas que estavam comigo nunca tinham se locomovido através desse sistema de transporte elétrico. Todavia, nem sempre pensamos do jeito que queremos, mas temos que saber como encontrar a alegria e aproveitar os momentos bons, e passear de metrô era um desses momentos. Mas não foi isso que eu percebi dentro dele. Além das argentinas que continuavam caladas, notei que uma das pessoas que me acompanhava e que me abstenho de dizer o nome, estava agarrada no suporte como se fossa um carrapato. O medo estava estampado em seu rosto e era visível uma palidez. Contava as plataformas com receio de a gente passar do lugar. Estávamos indo para a plataforma Sant-Leonis, a duas quadras onde a gente tinha se hospedado. Nesse momento, a porta do vagão se abre. Ufa! Disse ela. Saímos e com passos rápidos chegamos ao portal de saída. Coincidência ou não, quando subia eu vi novamente aquela loira, que minutos atrás, tinha se despedido de sua amiga na Plataforma Central, e com o pensamento alhures, ela subia os degraus parecendo contá-los um por um. Olhei para ela e para o rosto de minhas acompanhantes. Foi à última cena que vi, antes de chegar ao hotel e cansado, deleitei-me sobre a cama e em segundos dormi, mas esperançoso, no dia seguinte, voltar ao metrô e visitar outros pontos turísticos e conhecer novas estações.



O pequeno plantador de Mostarda. Je suis Mariana.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015


Antes de falar o meu personagem gostaria de mencionar um texto bíblico onde Jesus apresentou a parábola da semente de mostarda. Pois bem. O povo de Israel estava prisioneiro do poder romano e as profecias falavam da libertação do jugo romano. Os judeus esperavam o cumprimento da profecia, esperavam o Reino de Deus, mas ansiavam pela vinda de alguém muito especial para libertá-los, só que eles tinham um conceito errado de como o libertador apareceria. Eles esperavam um grande guerreiro dirigindo suas hostes militares para derrotar o Império Romano e estabelecer o Reino de Deus na terra. Eles esperavam um reino de luxo, de luzes, de glórias terrenas.

Quando Jesus apareceu, surpreendeu a todos, veio de modo completamente diferente do que eles imaginavam. Ele nasceu numa manjedoura, e é claro, uma criança indefesa, rejeitada e desprezada pelos dominadores. Não era esse o tipo de libertador que o povo judeu esperava. Mas para aquele humilde carpinteiro surpreendeu a todos e começou a chamar homens para fundar Seu reino na terra. O interessante é que além de chamar pescadores, convidava também publicanos, cobradores de impostos, formando um grupo de doze homens que começaram a seguir o Jesus, os quais, temerosos perguntavam-se: "Será que estamos tomando a decisão correta?" "Será que estamos acertando, deixando o nosso trabalho, que é a fonte do nosso sustento para arriscar o nosso futuro com alguém que prega o Reino de Deus, mas parece que não vai transformar nada?"

Jesus pressentiu que havia dúvida e que ela martelava o coração dos seus discípulos e como falava através de parábolas apresentou a da semente de mostarda. Nela queria dizer que o Reino de Deus podia parecer pequeno no início, mas que cresceria, e um dia, todas as aves do céu chegariam para fazer seus ninhos nessa árvore de semente tão pequena. Jesus apresentava Seu Reino, muitas vezes, de uma maneira completamente diferente e de como os homens esperavam que fosse. Ele dizia, por exemplo, que: "Mas o maior dentre vós será vosso servo." (Mateus 23:11)

O pequeno João ajudava o seu pai no plantio dessa semente na região de Mariana, Minas Gerais e suas mãos eram de pura magia. Bastava enterrá-las e todas nasciam fortes produzindo mostarda aos montões. Hoje, se analisarmos o trabalho dos jovens ninguém quer ter ou ser igual a este menor. Todos querem ser melhores que ele e a maioria sentem vergonha de serem plantadores de mostarda, uns, ligados a certo movimento popular, até preferem invadir terras, nada produzem e depois ainda as vendem. Jesus em sua parábola parecia prever esses e outros acontecimentos, colocou uma filosofia contrária à filosofia dos homens. "... o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve." (Lucas 22:26). O que quer dizer que, em nossos dias, ninguém quer ser servo, e quem quer participar do Reino de Deus, tem que estar disposto a servir pra poder ser o primeiro. Assim, aquele que quer encontrar a realização pessoal tem que renunciar a si mesmo. Vivemos em dias quando todo mundo quer tudo para si. Jesus vem e diz: "... Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue..." (Mateus 16:24).

Use como exemplo o pequeno plantador de mostarda se você quiser participar do Reino de Deus. Às vezes, temos que andar na contramão desta vida. E é verdade que os ensinamentos de Jesus jamais combinaram com a filosofia dos homens. Os homens, para vencer ou manter suas ideologias, matam. Cristo para vencer ou perdoar nossos pecados, morreu por nós. Os homens para se realizarem, pisam, humilham. Cristo para se realizar, renuncia a Si mesmo. O reino dos homens é feito de luzes, pompa, luxo, egoísmo, inveja, ódio e poder pelo poder. O Reino de Deus é como a semente de mostarda plantada pelo menino João, pequena, desprezada, rejeitada, mas gigante em suas ações.

O grão de mostarda tornou-se símbolo da certeza do Reino de Deus. E o menino enquanto plantava na região de Mariana sabia da importância do seu plantio. Quando ele enterrava a semente, esperava um dia, dois, três dias, semanas, mas para os leigos, parecia uma eternidade e que nada ia acontecer, parecia que tudo acabaria, mas não para João. Se o leigo porventura abrisse a terra iria encontrar a semente apodrecida, ia pensar: "acabou mesmo." Mas o que ele não sabia era que pra brotar nova vida era preciso que essa semente fosse enterrada e apodrecesse, para, então, de onde pudesse parecer que não havia mais esperança, brotasse uma nova planta com nova vida, e produzir muitos frutos. Todos sabem que Jesus Cristo morreu na cruz do Calvário, e quando Ele morreu, o diabo deu uma grande gargalhada. Pensou que tinha vencido: "Morreu, eu O matei!" Mas no terceiro dia, Jesus ressuscitou e estabeleceu para sempre o Seu Reino.

Caro leitor, os homens podem destroçar seus sonhos por um dia, dois dias talvez, mas ao terceiro dia seus sonhos ressuscitarão. Os homens podem te humilhar, até matar por causa de sua fé ou porque você não aceita outra religião, mas o seu dia chegará e você será glorificado no conceito do Reino de Deus. Alguém pode ferir o seu corpo por um dia, dois dias, mas no terceiro, você ficará curado. Esta é a promessa da semente da mostarda. E tem algo mais, quando você pensa que a mostarda desapareceu, acabou e que a semente apodreceu, ela lhe dá uma grande surpresa. A planta floresce novamente.

Dias atrás estive orando para o João e sua família, cujas terras foram destruídas com o rompimento de uma barragem. Ele se salvou e quase a toda a plantação de mostarda foi destruída, mas duas gigantescas árvores no pé da serra permaneceram firmes. Ao assistir o caos ocasionado pelo rompimento da barragem do município de Mariana, a primeira vila, cidade e Capital do Estado de Minas Gerais, que destruiu a natureza e prejudicará várias cidades de Minas Gerais, considerado o maior desastre ambiental da história do Brasil, hoje, quando vejo também na TV ataque de terroristas islâmicos em Paris, não há como a gente não ficar estupefatos e apreensivos com tamanha barbárie. Fiquei olhando as imagens e meu pensamento alhures por segundos. Sentindo-me incapaz de ajudar, restou-me, no mínimo, orar para essas pessoas e para as que foram feridas. Sei que se trata de tragédias distintas, mas as dores iguais, então, não poderão esquecer também do Brasil, dos pequenos “plantadores de mostarda”, das pessoas que perderam suas vidas na tragédia da barragem, assim como, das pessoas enfermas, algumas abandonadas nos corredores de hospitais. Não podemos deixar de orar também para aquelas que estão tentando abandonar o vício, para as que estão desempregadas, para as que estão passando por dificuldades financeiras. Não podemos deixar orar pelas nossas amigas e amigos, filhos, netos, irmãos, irmãs, parentes, os quais, talvez, estejam precisando de nossa ajuda para alcançar seus objetivos, sonhos, novos caminhos e muitas vezes sequer percebemos, mas, para que isso aconteça, é necessário que plantemos em nosso coração sementes de mostarda para que elas possam nascer, florescer e nos estabelecer definitivamente no Reino de Deus. Então, hoje, dê uma pequena pausa em seu tempo e ore para essas pessoas também.


Sem voz, sem passo e compasso

quarta-feira, 11 de novembro de 2015


Sem forças, sentei à beira do fogão à lenha e calei-me. Apaguei as luzes, desliguei sons. Silêncio total. Guardei tudo por fora para dar voz ao que estava dentro. Eram sentimentos desencontrados que batiam desordenadamente as portas do coração. A lenha queimava, soltava faíscas e o feijão quase esturricava, mas não queria dar nenhum passo e nem usar instrumento ou compasso. Pensei em organizar os sentimentos em uma fila, mas eram tantos que tive que fazer um de cada vez. Às vezes é preciso bagunçar o nosso ser para encontrarmos o lugar das coisas e foi o que fiz. Aprendi que nada é tão grande como a gente pensa ou vê. Ainda bem! E foi assim que decidi descomplicar o simples, simplificar os dias e as noites. Planejei o que tinha delineado, fiz planilhas, roteiros, itinerários, mas aí veio o inesperado: os sentimentos desencontrados fizeram festa, usaram instrumentos de dois braços unidos por uma charneira na parte superior, mediu-se em compasso. Riram de meus projetos megalomaníacos, tentaram me ensinar que muita coisa depende da gente mesmo, mas que a vida é muito mais que uma voz, mais que um passo, mais que um bloco de notas e não precisa de compasso. A cada passo, sem descompasso, mostraram-me o inverso, que não existe receita pronta, palavra certa, escolhas erradas, pois a vida se apresenta diariamente diante de nós com uma nova roupa e cabe-nos tirá-la para festejar alguma coisa ou continuarmos sentados esperando a coragem chegar.

Durante minha existência reaprendi a construir caminhos sem me preocupar com a chegada, apenas usando cada passo da caminhada. Ora, sabia que sempre haveria a chance de me arriscar e de me superar, mesmo diante da possibilidade de fracasso. Para realizar essa caminhada sempre pensei que existia uma corda que me prendia em lugar. Essa corda é a perseverança de que eu nunca deveria desistir, e a determinação que me fazia continuar. Quedas poderiam até acontecer, mas jamais poria fim a minha aventura. Afinal, eu estou apenas no meio de um ensaio da vida, contradizendo o ditado popular que diz: estou na idade que já contornou o “cabo da boa esperança”. Mas, para mim, considero apenas treinos para a entrada, de vez, no mundo da concorrência.

A travessia começa quando a gente decide subir a lugares altos, sair da comodidade e se lançar em desafios que serão decisivos para a nossa carreira. Entrar em uma Universidade, por exemplo, é o começo da escalada que requer aperfeiçoamento constante. Mas depois de pegar o bastão, não será uma nova travessia? Uma nova labuta em nossa vida? Nessa caminhada pós-formutura virão muitas quedas, mas são elas que nos farão superar os medos e vencer os gigantes internos que insistem em nos paralisar com as incertezas durante esse outro trajeto. Esses pequenos ensaios são como roteiros para quem decide equilibrar sobre uma fita sem tirar os olhos do foco: viver os melhores anos da vida se arriscando.

Muitos formandos não conseguem, apesar de todo o esforço empreendido, passar num concurso público ou galgar um status melhor na sociedade, alguns têm dificuldades até de escrever uma simples correspondência, mas depois com algumas oficinas literárias, especialização, pós-graduação e mestrado já expõem melhor suas ideias, principalmente no tocante a arte de escrever. Alguns até conseguem escrever belos textos tornando-se verdadeiros cronistas, como eu, daqueles que anda à toa, à procura de um mote para escrever suas crônicas, com olhos atentos passeando pela cidade para captar cenas do cotidiano: é o simples transformado em iluminação poética.

Há relato que falar do lugar em que vivemos desencadeia nesses jovens  o compromisso com a própria cidade, alguns denunciando problemas, outros anunciando esperanças quanto ao futuro. Participar de uma olimpíada literária, de um congresso, por exemplo, significa muito mais do que competir com outros. Esse ato competitivo é muito mais do que partilhar as informações que tiveram antes, a partilha de valores, a flutuação por meio da leitura, e, vale dizer, o surgimento de novos escritores. Além disso, essas trilhas apontadas pelas olimpíadas, congressos, oficinas ou debates literários, enriquecem nossos textos, artigos e crônicas, como, também, ajudam na articulação de novas atividades de leitura e de produção escrita, e aí sim, passamos a ter voz, passos articulados, ora melodiosamente, ora no compasso



Depois da chuva

sábado, 7 de novembro de 2015


Lá se foram dias, meses e porque não dizer anos. Naquele pedaço de chão onde meu pai usava enxadas e enxadões para o plantio não existe mais. Virou terreno arenoso, seco, infértil. Uma tristeza infinda abateu sobre o meu coração. Adentrei ao casarão construído de puro adobe e assoalho de tábuas e afrouxei a tramela. A janela, obediente, abriu sem o mínimo manuseio de minhas mãos. Olhei rumo ao poente e nem vi árvores nenhuma importunar o pôr do sol. Os regos d’água não mais existiam. Nada à minha frente, apenas a natureza devastada. Da janela há muito tempo vazia de gente, nem sinal de gotas de chuva ou de orvalho que outrora molhavam as folhas e o vão quadriculado da madeira de angico. A secura do tempo não as permitiu voltar como não voltaram os meus pensamentos que jaziam num canto qualquer daquele casarão. Olhei mais uma vez para a imensidão que parecia regozijar diante de mim e viajei imaginariamente... Meus pensamentos voaram alto, foram longe, bem distante. Voltei aos tempos de criança e como a um flash, logo me vi brincando nas pradarias, subindo nas cercas feitas de lenha, nos pés de jabuticaba e das mangueiras floridas de verão. Sentia o passado se impregnar em minha pele, previa o futuro entrelaçado entre os meus dedos e a sintonia do universo pairando sobre minha essência e algo me dizia que um raio se abriria timidamente no afã de me mostrar no fim daquele resplendor alaranjado que toda a minha vida se passou e eu nem tinha percebido, todos os meus suspiros se ecoaram sucumbidos pelo vento e tudo que via era a figura de uma menina-moça que, timidamente, se aproximara de mim com um jeito acanhando, mas possuidora de um olhar penetrante, ora trazendo-me receios, ora ansiedade, que depois se misturaram com a sensação de bem estar. Daquela janela via minha vida passar veloz como a luminosidade solar, mas algo novamente veio me dizer o porquê daquela menina fazer brilhar meus olhos, o meu coração bater sem compasso e suspirar...

Debrucei-me sobre o vão e agucei meu pensamento. Eles iam e voltavam na velocidade da luz e num repente, senti sobre o rosto sutis gotas de chuva que escorriam levemente sobre a madeira da janela. Vi uma translúcida luz que vinha do céu despertando-me para a vida e o belo anoitecer surgir. Escancarei um sorriso repleto de mim mesmo, daqueles autênticos vindos da alma e sai terreno afora. Sai em busca daquilo que sempre sonhei, sai em busca de mim. Meus olhos brilhavam, o tempo passava lentamente, a noite parecia que seria gigantesca e a lua mais que depressa veio para me acalentar. Os sons eram suaves, o entardecer mais bonito e a brisa refrescante, que ingenuamente, acariciava meu rosto. Quando amamos a vida ela nos ama de volta, quando fazemos o bem, ela nos traz o bem, quando preenchemos o vazio, a vida afasta a solidão. Por isso, amem-se, tenha ou não prenúncio de gotas. Seja o tempo frio ou chuvoso, amem-se. Sendo quente ou abafado, amem-se. Pois um dia de tanto se amar as pessoas também aprenderão, assim é a vida, viva o bem, pois que mal tem?

Depois da chuva, pegue as gotas de orvalho que se agasalham nas folhas e façam delas pequenos diamantes, e com esses diamantes, brincos e colares e os usem para enfeitar sua amada, mas não as deixe cair. Pegue um copo e enche-o de gotas e verás que não tem cheiro algum, beba uma gota e perceba que seu sabor não remete a nada, a não ser a própria água, pois em copo transparente ela é translúcida e diante do horizonte pode ser percebido por entre esse conjunto de verdades, então, me permita levar o seu dedo indicador até a superfície desse líquido para que sinta o frescor e sua pureza. Se puder, procure perceber essa transformação surreal e se você tiver a capacidade transformar-se, verás que, tudo se faz em tom mais escuro o sabor é de aceitável amargor, mas, mirando-o rumo ao horizonte, não se verá mais que um copo meio taça, como aquele vinho que a gente toma para engolir mentiras ou tirar da alma o vil metal que passa cortando bem profundo a espinha das inverdades que nos incomoda. Se um dia voltar a descansar no parapeito da janela como eu fiz, lembre-se que: aquelas gotas de chuva que pousavam nas folhagens como se fossem regras, para elas bastava apenas uma palavra, apenas um "balançar na folha", para tudo vir à tona, e cair...!


Maledicência, ódio, desamor e inveja, são cárceres da alma.

domingo, 1 de novembro de 2015

Maledicência é o ato de falar mal das pessoas. Isto é fato. Esta definição parece ser bem amena para um dos maiores flagelos que assola a humanidade. Falar mal das pessoas está se tornando uma arma perigosa e está sempre ao alcance de qualquer pessoa, em qualquer idade, e para os bons entendedores, é fácil usá-la: basta ter um pouco de maldade no coração. Para mim, que sou advogado, considero este ato como a um tribunal corrupto, pois nele o réu está, invariavelmente, ausente. Nele também não é aplicada a soberania dos veredictos, a pessoa é acusada, julgada e condenada, sem direito de defesa, sem contestação, sem misericórdia.

Atento às mensagens postadas é comum ver pessoas falando mal de outras sem as identificar, mas quem está do outro lado do monitor sabe que aquela frase maldosa se refere a ela, e às vezes, são de “baixo calão”, agressivas. Então, como não considerá-la como uma palavra devastadora, e convenhamos, não há nenhuma implicação ou compromisso para quem a emprega, porque quem escreve, não cita nome, faz de forma evasiva, ardilosa, para alcançar seu objetivo. Em outras situações a pessoa tem dificuldade de encontrar o autor de um boato maldoso ou de uma "fofoca” comprometedora. O maledicente sempre "vende" o que "comprou", mas é importante salientar que ninguém está livre dele, nem mesmo os que se destacam na vida social pela sua capacidade de realização no setor de suas atividades. Estes são os mais visados, talvez, porque geram invejas pelo sucesso e vitórias alcançadas. Nada mais gratificante para o maledicente do que mostrar que a pessoa de quem fala, (fofoca), seja verbalmente ou através da escrita, tão boa ou competente como todos pensam.

Será que a maledicência nasceu de um ódio ou inveja gratuita? E o que causa o desamor entre as pessoas? Será a inveja? O que será? Se voltarmos aos tempos de Cristo sabe-se que nem mesmo ELE, que era inspiração suprema desses ideais, esteve livre disso. Um exemplo típico de seu poder infernal foi o comportamento da multidão que O reverenciou na entrada triunfal, em Jerusalém; no entanto, poucos dias depois, instigada pela maledicência dos sacerdotes judeus, festejou sua crucificação, cercando a cruz de impropérios e zombarias.

O mal que certas pessoas carregam no coração é prejudicial a outras, é coisa ruim que passa a habitar na mente e no coração delas. Tem pessoas que não vê as qualidades de outras ou fingem, e ainda, se acham melhor que elas, gostam de aparecer e não vê que a sua “cegueira” ou ambição desmedida voltada para alcançar um status, sei lá, pode estar prejudicando um relacionamento de amizade duradoura. Entendo, porém, que dependendo do acontecido, não devemos conservar ressentimentos no coração, pois sabemos que a pessoa amiga que nos decepcionou ou decepciona, pode estar vencida pelos seus próprios conflitos. As pessoas virtuosas, de sentimentos nobres, são incapazes de enxergar maldade no próximo. No entanto, é preciso, treinar a capacidade de enxergar o que as pessoas têm de bom, para que o bem cresça em nós. O primeiro passo pode ser difícil, mas o indispensável é "minar” todo esse mal.

Antes de começar a escrever confesso que tinha como objetivo reportar, ou melhor, comentar sobre algumas maledicências, ou a troca de “gentilezas” ocorridas no mundo virtual ou não, e por isso intitulei o texto assim, propositadamente, como se elas e tantas outras palavras nefastas são os cárceres da alma, mas resumi apenas nestas. Hão de se convir que o resultado do adoecimento das relações humanas são as maledicências, o desamor que vem ocorrendo entre as pessoas e principalmente, a inveja. Esses sentimentos maldosos se instalam no solo do coração e lançam suas raízes trazendo perturbação para a alma e contaminação aos que vivem ao redor.

A maledicência, o ódio, o desamor, a inveja e a ambição desmedida são mal que se congelam no coração. Todas elas vêm armazenadas do ressentimento. Todas elas entulham mágoa no coração e o enchem de rancor. Todas elas se alimentam do absinto do ranço; todas elas afogam-se no lodo que se acumulam nas massas cefálicas; todas elas vivem prisioneiras na armadilha da vingança; todas elas são uma prisão; todas elas são, realmente, o cárcere da alma, e mais que isso, o calabouço, a masmorra escura de um palácio medieval, onde os prisioneiros eram atormentados pelos algozes da consciência.



 
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