Amigo leitor (a)

Amigo leitor (a). Quando lemos um livro, ou qualquer texto, publicados ou não, que são sinônimos do prazer, por mais simples que forem, sejam reais ou surreais, nos permite exercitar a nossa memória, ampliar nossos conhecimentos e nos faz sentir as mais diversas emoções, por isso, sensibilizado, agradeço a sua visita ao meu Blog, na esperança de que tenha gostado pelos menos de um ou que alguns tenha tocado o seu coração. Noutros, espero que tenha sido um personagem principal e encontrado alguma história que se identificasse com a sua. PARA ABRIR QUALQUER CRÔNICA OU ARTIGO ABAIXO É SÓ CLICAR SOBRE O TÍTULO OU NA PALAVRA "MAIS INFORMAÇÕES. Abraço,Vanderlan

O grito silencioso da mãe natureza.

quarta-feira, 23 de julho de 2014



Quero que fique bem claro que eu não pretendo falar aqui dos oráculos, dos místicos que na trilha do silêncio percorrem a busca de Deus. Nem me interessa neste momento citar poderes mágicos, meditações e seitas. Também não quero questionar aqui, o silêncio, ausência de sons, que podem representar emoções, sentimentos, desagrados ou introspecções. O que escrevo aqui aconteceu numa tarde fria, antes do sol de pôr. E foi naquela tarde que caminhei por uma estrada que serpenteava no meio das plantações de milho ainda com pendo dando, e mais adiante, me embrenhar por entre um canteiro de flores nativas criadas pela própria natureza, todas esparsas, que se alinhava à beira de estrada de chão batido, e no meio do roseiral, um pé de Ipê cujas flores caiam sobre a relva formando um tapete colorido que resistiam as intempéries do tempo. À medida que o Parque das Emas ia se aproximando, observei que a estrada se tornava mais retilínea, deixando de ser monótona. Já se ouvia o canto dos pássaros, um bando de araras que passavam voando alinhadas emitindo gritos roucos, enquanto as emas com suas pernas longas se assustavam com o ronco dos motores saindo em desabaladas carreiras cortando o capim seco que já era visível naquele belo Parque Ambiental.

No silêncio daquelas estradas, em pleno inverno onde a natureza parecia oprimida, alguns animais passavam sorrateiros, uns se arrastavam lentos pelo chão, outros velozes, mas todos com trejeitos e trotões diferentes, sem atitudes repetidas, demonstrando certo medo da presença dos humanos que visitavam o Parque. Alguns animais pereciam ter vindo de uma mata distante, de um brejal, de um buraco, ou das cercanias de uma serra que meus olhos conseguiam ver bem distante. A quantidade de animais solto naquelas pradarias era tanta que me deixava boquiaberto.  Fora do alcance da visão deles tentava interpretar cada ação, cada movimento, porém, era fácil compreender que para eles não existiam dia, noite, sol, frio, ontem ou amanhã, e não eram sonâmbulos, nem robôs. Tinham pernas, braços, corpo cheio de pelos e penas, e nem eram estranhos para nós. Estavam sob a nossa proteção naquele parque de preservação ambiental. Um grito podia ecoar pelos campos e assustá-los ou até para aqueles que viam o ser humano pela primeira vez, mas, por incrível que pareça, alguns animais passavam perto das pessoas se fazendo de surdos e surdos seguiam seus caminhos. Conheciam o seu habitat.

O trânsito de pessoas, pouco a pouco, foi se acumulando e quando cheguei a um cruzamento de estradas vicinais aí vi que a coisa piorou! Não era um estrangulamento qualquer. Era muita gente e esquisitas mesmo! Saíam de todos os lados. Algumas se moviam lentamente, outras paravam, e depois, andavam sem compasso, e preguiçosamente, mais adiante, paravam novamente. Aquilo me deixava atônito. Uns iam e voltavam levando e trazendo nos braços espingardas, machados e motosserras. Outros, com trouxas nas costas seguiam sem rumo naquelas pradarias em busca do improvável. As estradas, ora serpenteadas, ora retilíneas, pareciam ter sido construídas para loucos, mas eu não era louco e o que eu estava fazendo lá? Será que estava sonhando? E era um sonho mesmo, pois acordei em sobressaltos. Então, se tudo eram apenas sonhos o fato é que tive de acalmar meu coração com um gole d’água. E foi aí que me lembrei de minha alma de poeta e dizem que todo poeta tem um pouco de louco, ainda mais quando se procura sinais primaveris em épocas de inverno para captar inspirações para escrever loucuras poéticas. Mas antes que eu acordasse daquele sonho, observei que a impaciência continuava a buzinar no meu ouvido direito e o esquerdo que era mais paciente, nem respondia, mas, as loucuras impacientes entraram em confronto para tumultuar transformando numa zoeira danada, misturando vozes humanas com os sons estridentes de tiros, barulhos de motosserra e berros metálicos que vinham da única mata sobrevivente que se avivou no meu sonho naquela noite fatídica.

Com o coração batendo mais compassadamente levantei-me devagarzinho e me postei diante do monitor. Comecei a escrever, amparado por um silêncio total. Lembrei-me dos momentos em que visitei aquela região onde deparava com imensas queimadas e terras totalmente devastadas pelos arados. Mas hoje, vivendo no mundo real senti a impaciência nervosa e a quase paciente protestarem em conjunto, porque a natureza está em perigo constante. E aí forcei a minha memória e captei de meu subconsciente alguns flashes daquele sonho. Seguidamente vieram as vozes roucas daqueles seres humanos esquisitos, os tiros, golpes de machado e os berros metálicos que se multiplicavam. Parei. Dei uma pausa. Lembrei-me de quando era um menino inocente e sonhador, que criava frases às vezes sem nexo, mas, quando embebido de amor extraído dos quintais cheio de flores e frutos, sequer sabia que existia entre o medo e emoção, o gosto do pecado e a certeza da paixão... No meu recanto nostálgico, eu ouvia às vezes, nas tardes silenciosas, o canto de um Curiango vindo do pé da serra, não tão longínquo que era logo respondido por outro. Ora, o outro, então, era um galo que cantava e a quem logo respondia, como num eco, um cocoricó distante, esganiçado e simpático de um galinho novato e aprendiz, que eu o chamava de Barnabé. E de novo o silêncio caía sobre a gente como um cobertor macio, o cocoricó..., se esticando, se esticando, perdendo-se num adormecer suave e brumoso em que se misturavam a realidade e o sonho. 

Hoje a mãe natureza está triste, já não há mais galos, nem regos d’água para embalar o monjolo, nem bramidos de bois ou latidos de cachorros distantes. Nem há mais quintais e nos campos não nascem flores. Que silêncio! Perdemos a alegria harmoniosa do canto nostálgico dos bem-te-vis, do rouco canto das araras, dos sabiás... E que suavidade e doçura a sua voz me acalentava ao amanhecer. Que despertar festivo e triunfante eles me davam, principalmente naquelas manhãs primaveris. O canto rouco ou nostálgico, não importa de qual ave seja, transcendia o imaginário. Parecia saber colocar cada nota e sabiamente relacionada com outras que repetia com maestria e o eco de sua voz cortava o espaço daquele rincão levando saudades e nostalgia a outros recantos. Notas musicais, uma diferente da outra, tudo em ordem, sem cacofonia, sem igualdade.  E por falar em igualdade, também, conclui-se que os homens são assim. É a desigualdade que permite ordená-los e harmonizá-los. Cada pessoa é como uma pequena nota no concerto da humanidade. Cada nota é necessária e tem uma beleza particular. Por menor que ela seja, por menos que ela dure, coopera para a beleza do concerto. Cada homem, por menor que seja, tem uma beleza própria que lhe advém de ser o que ele é, um reflexo, uma imagem de Deus, diferente dos outros. Cada homem é único e tem em sua alma uma beleza própria. E é com essa beleza pessoal e única que cada um contribui para a beleza maior do conjunto, para o grande concerto da humanidade, que Deus compôs com sábia ordenação, com sapiencial desigualdade. Meu Deus! Tenho que deixar esta estrada que corta o Parque das Emas, que felizmente hoje protege a fauna e flora e me faz recordar de um concerto de outrora que me traz saudade: a voz do galo Barnabé, o canto das seriemas, dos bem-te-vis, dos sabiás e das harmonias do seu canto! E que saudades dos ipês coloridos, das flores que ornamentavam os quintais, das ribanceiras verdejantes e dos campos zelosamente cuidado pelos nossos ancestrais. Quando voltarão a cantar os galos, os bem-te-vis, os sabiás..., e ao anoitecer, o curiango, naquele cerrado íngreme? Quando voltará tudo isso? Quando voltará a se ouvir na terra o concerto humanístico da humanidad

Discurso: Títuto Honorífico de Cidadão Goianiense na Câmara Municipal de Goiânia.

quarta-feira, 16 de julho de 2014



Senhores e senhoras: Permitam-me não revelar a minha idade, pois os cabelos grisalhos já falam por mim. Para se chegar a ela podem ter a certeza de que foi dura a minha batalha pela sobrevivência. Foram altos e baixos, mas tudo que aconteceu de bom ou ruim, me fez crescer profissionalmente, moralmente, espiritualmente e enxergar o mundo de uma maneira sensata. Acredito que devo ter nascido contra a vontade dos astros na Fazenda São Domingos dos Olhos D’água, município de Morrinhos conhecida como a cidade dos pomares, lugar aprazível que eu não vi crescer, pois meu pai João Vieira, ainda jovem, lá faleceu, obrigando a minha mãe Carolina, que hoje também se encontra em outra dimensão a nos trazer para Goiânia em busca da tal sobrevivência. Há mais de 60 anos, ela pegou um pequeno ônibus, à época, apelidado de “jardineira”, pegando a estrada de chão levando contigo nove filhos, a maioria de menor idade. Ainda menino, lembro-me vagamente, que naquele ônibus me sentia amparado pelos seus braços fortes e deixando a cidade de Morrinhos, veio busca de um novo lar, de uma vida melhor nesta Capital. Pela estrada de chão, esburacada, o ônibus seguia célere deixando para trás uma poeira fina que se esparramava com o auxílio do vento, apagando imagens de um passado como se nela tivesse sido impregnada a borracha do tempo e, lá dentro, sacudidos pela trepidação, outros passageiros também sonhavam com um mundo melhor, mas, receosos de não conseguirem alcançar o seu intento seguiam silenciosos. Pela fresta da janela passava o vento e em seu colo sentia a sua pureza de mãe, enquanto sua mente contabilizava os quilômetros emplacados estrada afora, e de forma sutil, seus olhos ainda tinham a sensibilidade de contemplar a natureza, cujos vales, serras e montes iam passando velozmente à medida que o veículo seguia rumo a Goiânia. O seu semblante jovem transpirava dor e saudade de nosso pai, morto de forma trágica, no entanto, mesmo assim, soube manusear as rédeas do destino, frear e puxar  o cabresto que construiu usando cordas de ternura que acostava aos filhos, para, no momento certo, poder puxar, exigir ou se recusar, até de forma obstinada, qualquer coisa que lhe contrariasse ou entristecesse seu coração.

Naquele ônibus, antes de afundar no seu mar de sonhos sabia que mais adiante, mesmo sem teto, não poderia se curvar diante das adversidades que surgiriam, pois teria que sustentar e agasalhar nove filhos,   talvez, fazendo faxinas em residências ou usando os carrinhos de madeira para buscar peças de roupas em bairros distantes, lavá-las no tanque da integridade e pendurá-las no varal da vida sob um sol escaldante. Tempo em que talvez não tenha contabilizado; tempo que lhe consumiu o corpo e fez aparecer os   primeiros cabelos brancos protagonizados por este mesmo tempo.

Ontem, meio acabrunhado em receber este título hoje, debrucei-me na janela tentando amparar o queixo com as mãos, para com firmeza, olhar o horizonte poente e poder aguçar os olhos que naquele instante eram a janela de minha alma que tentavam recuperar tempos perdidos e a  imagem de uma mulher guerreira, que fora levada pelo tempo, sem motivo, como se fosse uma simples folha seca... Mulheres sem realeza, que à noite, assim como eu, mesmo com os olhos embaçados, também se debruçam na janela, sem nada a ouvir, sem expressar sorrisos, e se sentem dominadas por um exército de gente que não as entendem e nem procuram saber que também sonham. Quieto naquele quadriculado nostálgico e nem um pouco lúdico, nem vi o tempo passar quando os meus olhos voltaram a se inclinar novamente sobre a janela da minha alma e enxergarem a poucos metros dali árvores centenárias também debruçarem os ramos, assim como, ver transformados os cabelos de minha mãe em louras mechas e o sol e a lua se porem e nascerem soberbos. Mesmo cansados, sei que somente queriam é que eu vivesse uma existência efêmera, mas encantada... Eu procurava entender isso e saber que um dia tudo iria extinguir-se, então, nada mais me restaria. Todavia, era deslumbrante ver a primavera se antecipar florindo jardins e os Ipês, cujas flores caíam e deixavam o chão colorido, que minutos antes, tinha sido molhado por resquícios de gotas de chuva rapidamente secadas em face escaldante sol que já se despedia detrás da selva de prédios. 

Quando nasci, de forma irônica, a parteira que me ajudou a vir ao mundo, devia ser uma distraída, mas, de certo modo, possuidora de um espírito crítico iluminado, pois disse no momento que nasci que eu era bonitão. Era 03 de fevereiro de 1949. Nascia mais um aquariano. Cresci sem bolo, sem vela de aniversário, sem pedidos, sem brinquedos e durante muito tempo o travesseiro foi meu melhor amigo. Ele parecia triste também. Aprendi a conversar com ele e dizer a verdade. Mentir não é coisa minha. Sem sono passei muitas noites contando carneirinhos e no mundo dos sonhos me tornei um dos maiores produtores desses animais, que guardava com carinho nos currais da vida que construía a cada sonho. Tinha certas noites que contava de três em três dada à quantidade que se acumulava nas minhas insônias. Quando conseguia dormir, doía, assim como a vida. Demorei a gostar de viver e tinha uma tristeza que me visitava até mesmo nos dias de alegria. Por conta disso, aprendi a sorrir com economia, mas quando me permitia sorrir, sorria com vontade. E quando meu pai morreu não tinha nem cinco anos de idade e o seu corpo estirado no chão naquela manhã fatídica diziam que tinha sido eliminado por um fio de alta tensão. Era pequeno demais para entender aquela cena e compreensível os fantasmas não me perseguirem e não quererem me adotar. Achei esquisito como a morte se apresentou para mim pela primeira vez, daquele modo, ainda criança, de forma tão violenta. 

Já em Goiânia, vi o asfalto chegar tatuando as ruas poeirentas e com pés descalços, gostava de empurrar sobre elas um carrinho de madeira que carregava esterco, ou uma tabuinha com furinhos cheios de pirulitos que vendia para ajudar no sustento da família, mas, rindo como se fosse feliz, como se fosse outro qualquer. Não sei por que, mas o carinho do vento que cortava as ruas amenizava o meu coração-menino e me deixava besta. Um ser vivente, livre como a um pássaro e voava em busca do imaginário, de sonhos talvez impossíveis. Certo dia, cansado das bolinhas de gude, das fincas, das bolas feitas de meia que recheava de palhas de arroz e de empinar pipas em dias de vento, arregacei as mangas e fui à luta, tive o meu primeiro emprego de cobrador, com carteira assinada e a felicidade foi tanta que chegou ao coração. Achei até que estava doente. Tão desacostumado com a alegria, chorei de felicidade. Lágrimas doces. Não é coisa de poeta, eram doces mesmo! Naquele dia até meu travesseiro chorou e molhou o lençol branco onde fiz questão de derramar junto com as minhas lágrimas, que desciam mansas pela minha face. Foi a primeira vez que tive uma bicicleta e me senti um “bitelão”.

Mas, antes disso, ainda pequeno, com uma caixa de engraxar sapatos, comecei a trabalhar. Morava ali no Setor Ferroviário e quantas vezes passei neste local onde até fiz aqui necessidades fisiológicas dado ao imenso matagal. Esta Casa de Leis nem existia aqui, ela estava estabelecida na Av. Goiás, logo acima da Praça do Bandeirante. Toda vez que passava pelo colchete de arame de minha casa ou na roleta da Estação da Estrada de Ferro, nem percebia a tristeza fazer sombra no meu sol. Ele, antes de entregar a noite à lua, me ensinava o valor da liberdade, da honradez e honestidade. Desde pequeno, era viciado em livros infantis, gibi, revistas em quadrinhos e em certos momentos eu parecia fugir das galés. Cada remada nas páginas da vida, mais gibis, mais livros, mais revistas. Em cada um ou uma, descobria continentes, astros, ídolos, atores, autores, heróis, gentes diferentes, importantes que me faziam sonhar. Aprendi a conhecer os oceanos, a amar o mundo e achar atalhos para o coração sem me tornar moleque ou escravo de ninguém. No meu primeiro livro hoje já corroído pelas intempéries do tempo, tentei construir nele um sonho, sem saber que tinha, em seguida, outros, que por mais singelos que foram, sei que ensinaram pessoas a gostarem de leitura e poesia. Eu gostava e gosto de escrever, divulgar e botar fogo no pavio para incendiar mentes preguiçosas. E escrevendo achei a fórmula de sonhar, de voltar a sorrir no lugar que me fazia chorar. Tem dia que tudo é poesia. Engraçado, de tanto escrever e tentar levar mensagens a cada um, indistintamente, acabo fazendo essas pessoas felizes. Certo dia estava sorrindo distraidamente e uma pessoa me perguntou por quê? Naquele dia fiquei sem entender, agora eu sei. O amor de minha mulher, dos filhos, noras, genro, netos e netas me deixam feliz. Dificilmente a gente se dá conta do sorriso de uma criança, do voo bisonho de uma garça ou da graça de uma borboleta, do perfume de uma flor, do canto de um pássaro, ou do doce de uma fruta; não percebemos a perfeição, o espírito revolucionário e aventureiro da juventude, quando todas as utopias eram possíveis assim como a maravilha e o esplendor da criação de Deus.

Durante a minha caminhada, ao ouvir os desabafos de toda espécie, restou-me sentir na profundeza da alma que o ser humano está acéfalo e em face dessa acefalia moral da sociedade tento compreender a minha própria história: eu era um menino pobre, pés descalços, que percorreu ruas poeirentas e engraxava sapatos de gente graúda para sobreviver e, nas andanças, procurava buscar aquilo que muitos não tiveram e foram negados pela sociedade: uma família, um lar, mesmo humilde, mas de verdade. Naquele casebre, entre os desabafos, senti que a fome batia à porta do meu estômago e de uma criança vizinha. Ela com a  boca seca, pele encardida, lábios rachados,  desnutrida e o corpo todo reagia conforme as variações da velocidade de um móvel da unidade do tempo; ela olhava a prateleira e nada via; nada que podia suprir a dor imposta pela fome. Outro menino, menos franzino, de olhos castanhos arregalados, saiu para a rua e se encontrou com outros na mesma situação. Formou-se um bando e a cidade trancou suas portas com medo do absurdo, esta mesma cidade que viu e vê tudo sem estender a mão ou as Casa de Leis. composta de vereadores, deputados e senadores que não legislam a contento para evitar a criminalidade, a violência, a malversação do dinheiro e dos bens públicos. São público e notório que é por intermédio de obras públicas que se desenrolam a maior fonte de corrupção no Brasil e é aí que os políticos eleitos devem ficar atentos e fazer o seu papel de fiscal para que possam evitar essa prática de desvio de dinheiro público. O que o povo quer nobres vereadores é que os senhores abram as portas de seus gabinetes, vá às ruas, fiscalizem, defendam aqueles que os elegeram, levem o amor e dignidade a eles. Hoje, vivemos numa sociedade cheia de contrastes de certo modo absurdos, mas que, infelizmente, a gente sabe que é real. 

Sei que a felicidade tem dívidas em relação a mim, por isso não faz mais do que a obrigação de me manter alegre, satisfeito e ser solidário. Mesmo feliz muitas vezes fico revoltado, mas sei que isto faz parte do ser humano. Como hoje, onde estou sendo agraciado por esta Casa Legislativa com o título de Cidadão Goianiense. Sou aquariano e logicamente faço aniversário em época de calor. Em pleno verão. Por isso careço do sopro do vento para amenizar a estrada da minha vida e este mesmo vento, inspiro para dentro do meu peito para abafar o calor do coração. Não sei quem me disse que estou ficando velho, desconfio que seja o contrário, pois me sinto apenas mais experiente. Apesar dos cabelos que começam a embranquecer estou aprendendo a ser jovem, mas quando corro, é claro, não dá para disfarçar que passei dos sessenta, mas, mesmo assim, quero ter a sabedoria de um ancião, a maturidade de um adulto, o espírito de um adolescente, ver o mundo com os olhos de uma criança, ser feliz, rir de tudo e até de mim mesmo.

De vez em quando eu fico rindo sem saber por que. Um riso espontâneo, sem malícia. Deve ser riso represado. Agora que acostumei ando esperto, controlo o riso. O destino não é confiável como não são confiáveis muitas pessoas que recebem nossos risos. Gosto de rir com amigos e amigas. E falando neles, tenho muitos e a maioria está aqui presente nesta solenidade. Amigos são pessoas que a gente escolhe para sorrir com a gente. Pode até chorar, mas tem que rir também. Descobri com o tempo que amigos amparam, estão com a gente para o que “der e vier”, por isso, queria agradecê-los por comparecerem na Câmara Municipal de Goiânia, nesta noite do dia 29 de maio de 2014, onde recebo como muita honra o título de Cidadão Goianiense aprovado em plenário pelos nobres vereadores, cuja propositura foi apresentada pelo ilustre vereador Paulino Graus. 

Hoje vim preocupado em face da responsabilidade do título que estou recebendo nesta Casa Legislativa.  Esta preocupação eu destaco, mesmo sendo um missionário, ambientalista, escritor, poeta, articulista de jornais e revistas, que sempre trabalhou arduamente em prol da comunidade carente, talvez não merecer tal honraria, mas, enfim, vocês analisaram a minha biografia e sabem se eu a mereci ou não.

Vou parar por aqui, o texto já está meio sem nexo e um pouco esquisito, pode ser que quando escrevia algumas penas sapientes tenham se soltado das asas de minha imaginação, causando estragos às minhas ideias, fato que, talvez, me fez extrapolar o limite e cansar os ouvidos de vocês vereadores, parentes, amigos e amigas que me honram com suas presenças.

Enfim caiu a máscara: O futebol se iguala à saúde, educação e segurança.

sábado, 12 de julho de 2014



Estava decidido em não escrever nada sobre o vexame da seleção brasileira, mas ao ver o povo sofrendo nas ruas, adultos e crianças chorando nas arquibancadas, aí o coração doeu e não resisti, então, comecei a questionar, talvez, o inquestionável, mas entendia naquele momento que não era. Não quero comentar somente sobre o vexame da seleção brasileira de futebol, veja o voleibol que decaiu e ultimamente não está ganhando mais nada; quero incluir além dele, o atletismo, o basquete que depois do Oscar não obteve sucesso e a Fórmula 1 então! Ah, nessa nem adianta insistirmos, pois nunca mais teremos um Fittipaldi, um Piquet ou Sena. Estes eram realmente massa! O de hoje é Massa, mas, por mais que se esforce, será apenas um competidor. 

Caiu à máscara e hoje o futebol ou o esporte de um modo geral, se igualam a saúde, educação e segurança, onde o Brasil devia estar presente também e aplicar recursos.  Além de esse evento deixar muitas dívidas, obras inacabadas, desviadas, superfaturadas, deixará também momentos de tristezas, decepções, pobreza e também os “elefantes brancos”. Pergunto: Será que o Gama ou o time do Brasiliense encherão o Estádio Mané Garrincha em Brasília? Será que os estádios Arena Amazônia, Pantanal e Estádio das Dunas comportarão todos os torcedores daquelas Capitais, que sequer têm times competitivos no cenário nacional? O governo não tratou esse vento como elemento de alegria para o Brasil, mas usou como instrumento de corrupção, fazendo com que o sonho de hexacampeonato acabasse da pior maneira. Uma tragédia que ficará impregnada para sempre em nossa memória e uma mancha negra na história do futebol brasileiro. Via-se no gramado, a diferença astronômica de um time bem treinado, organizado, consciente, contra outro totalmente perdido em campo, infantilmente montado, sem nenhum esquema tático. Foi triste e doído ver cinco gols em apenas 28 minutos. Os jogadores tomaram a maior goleada na história moderna da Seleção e se comportaram como garotos assustados.

Aquelas crianças que choravam nas arquibancadas foram ludibriadas pela mídia e elas compareceram como se o Brasil fosse imbatível, campeão por antecipação. Não se deve iludir ninguém e jamais prometer que um time será campeão de um torneio e muito menos bater no peito e jurar que o Brasil iria ganhar a Copa. O vexame, convenhamos, foi muito maior por causa das juras de Felipão, do Parreira e do Presidente da CBF José Marin que previu: “viria o inferno se o Brasil perdesse”. E viu mesmo! Cheio de diabinhos alemães!

 O Brasil curvou-se diante da tática alemã. Naquele jogo, nem Neymar, considerado jogador capaz de mudar o rumo da partida, não mudaria nada, e naquele jogo o treinador brasileiro fez a mais insólita e pior aposta: Escolheu Bernard, o pior jogador nos treinamentos em Teresópolis, inexperiente, um anão que se viu perdido nos meio dos gigantes alemães, sem falar do zagueiro Dante que somente tinha participado dos treinos. Espera aí! Que treinos? Os desacertos que levaram o time a passar sufoco contra a Croácia, México, Chile e Colômbia. Contra o Chile, nem se fala, ganharam na sorte, pois penalidades é loteria, é de quem tem mais sorte e não preparo. A comissão técnica da seleção não levava em consideração a força, a técnica e o preparo físico do adversário. 

No jogo contra os alemães Felipão pagou caro e fez a torcida chorar. A equipe, logo nos primeiros minutos, desmoronou de maneira inédita na sua história. O time entrou em pane. Percebia-se o quanto não tinha repertório para escapar da marcação forte, firme e preencher os espaços. Era como futebol de várzea ou terceira divisão, sabe lá, totalmente perdida como se estivesse diante de uma equipe da série “A”. A estratégia imposta pelo treinador alemão surtiu efeito, foi rápida demais e nem deu tempo de respirar. Na realidade, era como se os alemães estivessem fazendo apenas um coletivo. Tocavam a bola e desciam em bloco, diante de uma equipe anestesiada, pedindo clemência. Algo que a Alemanha, para o bem do futebol, não teve. Ops! Até que teve, pois no intervalo, já no vestiário, o craque Miller pediu aos seus companheiros que maneirassem no segundo tempo para não humilhar mais ainda a Seleção Brasileira, diminuíssem o ritmo, pois do contrário, o massacre seria ainda maior. É claro que não precisavam se esforçar tanto para penetrarem na fraca defesa brasileira. Bastava tocar a bola e deixar o tempo passar.

Era o país pentacampeão do mundo, aceitando que os alemães tocassem bola como queriam dentro de sua grande área, deixando a zaga brasileira tonta, fuzilando o atônito Júlio César que antes de ser convocado era um simples reserva no país onde fora contratado. Ele, com os olhos esbugalhados, iam tomando os gols e mais gols, enquanto Felipão continuava de braços cruzados, impassível, sem realçar qualquer mudança na equipe, enquanto isso nas arquibancadas, só choro, raiva, tristeza, depois, xingamento e vaia. As lágrimas logo viraram coro contra Dilma, contra Fred, contra tudo de ruim e aí vinham à mente de todos os torcedores as mazelas praticadas pelo Governo. E naquele instante todos sentiam que o futebol também era igual à saúde, à educação e segurança. O Brasil cheio de políticos corruptos, mal administrado, desgovernado, cheio de gente mentirosa, que hoje paga o preço por sua soberba, por acreditar ter um potencial maior que jamais teve. Basta ver a saúde pública que está um verdadeiro caos administrado pelo maldito SUS! Basta ver a educação precária e os minguados salários dos professores! E a segurança pública? Bem, esta basta ver as estatísticas, elas falam por si só. Por se deixar levar por essa politicagem a CBF ofereceu aos jogadores a pior concentração entre as 32 seleções, a famigerada granja Comary onde o treinamento secreto não existe, enquanto os alemães construíram seu bunker inexpugnável na Bahia. 

Nessa granja cujo nome já diz tudo, o que se via era a invasão de Luciano Hulk, do Mumuzinho do programa Esquenta que entrava quando queria para abraçar jogadores durante o coletivo e depois ia fazer batucada com eles na concentração. Até pareciam que não tinham um jogo importantíssimo pela frente. E nós do lado de cá da telinha ainda riamos das palhaçadas do Mumuzinho. A rede Globo, emissora que tem o monopólio do futebol no Brasil tentava passar a imagem de uma seleção imbatível e dessa forma iludia as crianças e toda a população brasileira. Manipulou o quanto pôde e o quanto não pôde. Antes do jogo contra os alemães usaram até imagens de crianças deficientes, do Neymar como forma de superação para os jogadores, tudo com o respaldo do técnico Felipão, se é que imagem ganha jogo. Ganha jogo é seriedade, é preparação física, é treinamento, é tática de jogo, é esquema, que o Brasil não teve durante toda a Copa. Seleção não pode depender das jogadas de um jogador só e sim do coletivo. O Brasil esqueceu que todo o mundo aprendeu a jogar bola. Vejam os japoneses, os costa-riquenhos, os americanos, os africanos... Esse amadorismo da seleção brasileira na preparação física, técnica ou psicológica dos jogadores foi pago da maneira mais cruel possível: Sete gols a um. Depois veio a Holanda, mais um placar estarrecedor: 3x0. No que se referem aos alemães, eles não tinham nada a ver com as notícias do Jornal Nacional mostrando as belezas da granja Comary, pois continuavam treinando sério, mostrando sua preparação técnica e física para tentar ganhar a Copa.

Se o CBF queria se vingar de 1950 quando o Brasil foi derrotado pelo Uruguai, no jogo contra a Alemanha a “vaca foi de vez pró brejo”. Diante do que aconteceu Mineirão, os 2 x 1 diante do Uruguai hoje não é motivo para tristeza e a torcida deve perdoar o goleiro Barbosa que é crucificado até hoje por ter sofrido um gol. Deu até saudade, no entanto agora, perder de 7 x 1 em uma semifinal de Copa do Mundo é inaceitável.  Então, caros leitores, que um novo ciclo comece logo. Uma mudança ou reciclagem geral, tanto da comissão técnica, como da parte diretiva da CBF. O atual acabou, prejudicado em face do amadorismo da preparação. Mas nada acontece por acaso. Há males que vem prá bem. E esse mal veio brabo, doido para nós, mas que servirá para os dirigentes tirarem suas máscaras começarem logo o novo ciclo...

O Paladino da fé e a Santa Missa no novo rincão.

segunda-feira, 7 de julho de 2014



Quando chego à Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus já não fico mais surpreso e nem boquiaberto, apenas sinto vir à minha memória a luta insana que travamos pela volta do Padre Luiz Augusto. Ela vem na forma de um filme velho, cujas cenas vão passando em preto e branco tendo como protagonista o mesmo ator, cujo altar fora improvisado num ginásio de esportes distanciado a poucos metros da Paróquia visto que esta, à época, mal cabia cem pessoas. Naquela primeira missa, compareceram mais de quatro mil fiéis emocionando a todos e não era pra menos, pois se tratava do retorno do padre Luiz Augusto, para nós, simplesmente, o “Paladino da Fé”. Hoje no novo rincão já foram instalados lindos bancos de madeira e tem capacidade para mais de três mil pessoas e nele são realizadas três missas diariamente. Ao ver os bancos reluzentes e o povo bem acomodado, me lembro das cenas, hoje sem disfarces, e vejo que ele não mais se confunde e nem mostra a preocupação que naquele ano trazia em seu semblante, o medo de perder novamente o grande evangelizador e o novo recanto ficar inacabado. Mas, à medida que o tempo foi passando, a cada tijolo assentado, telhas ou ferragens colocadas, aquelas cenas iam se dissipando também de minha memória embalada pelos sons inebriantes e dos cânticos entoados pelos músicos ao lado do belo altar, mas ainda cheio de humildade, cujas cenas também me fizeram recordar de um artigo escrito também naquele ano fatídico intitulado “Santa missa no altar da humildade”, que hoje me faz viajar pelo mundo da imaginação e mergulhar nas águas profundas, pois sabia que, quando eu emergisse, teria a satisfação de que fizemos o certo, tomamos decisões sensatas e excluímos as insensatas para caçoar o tempo que perdemos e poder neste instante rabiscar no papel e passar para o monitor o meu sentimento, usando as cores rubras de um coração ferido, mas com a certeza e em júbilo, poder acrescer nele a chama do amor e a vontade de tentar esquecer as desavenças desse mesmo tempo que sempre me cobrou precisão.

Muitos foram os fiéis que ajudaram na construção do novo rincão e ele servirá como base e repouso espiritual eterno, alicerçado pelos moradores do pequeno Setor Expansul em Aparecida de Goiânia que começaram a participar das celebrações, assim como, de outros bairros circunvizinhos que se ascenderam ao ouvir os clamores dos fiéis, das músicas e das orações que eram levadas pelo vento e a cada celebração, sabíamos que estavam pousando suavemente nos ouvidos sensíveis e ansiosos daqueles que ainda relutavam em receber Jesus. Com bem disse o Padre Luiz: “A música, quem a canta, reza duas vezes. A arte evangeliza. Eu gosto de garra, gosto de doação, quero que a pessoa entre na música. O teatro que nós temos, tem música também. Tudo o que é arte é vida. É beleza”. E como eu disse também num artigo publicado naquele ano: “As sementes da fé plantadas pelo Padre Luiz na Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus conta com o irrestrito apoio de outro paladino, o Padre Cássio, e sei que elas jamais serão efêmeras, porque já nasceram guarnecidas por um profundo sentimento de gratidão, esperança, fé e amor em Cristo”. Sentimentos estes que guardarei na região recôndita de meu cérebro, que hoje se espalham e me ensinam a segurar as rédeas do tempo e continuar seguindo pela estrada da vida com retidão de caráter, e saber no final, puxá-las no momento certo. 

Todos os episódios que presenciamos durante essa nossa longa batalha pela volta do Padre Luiz, uns foram duros de suportar, mas trouxeram para cada um dos fiéis extraordinárias e maravilhosas fontes de crescimento espiritual. Alguns temendo represálias se recusaram a enfrentar aqueles desafios, mas tínhamos a certeza de que seus corações não se aquietavam e se manifestavam em silêncio.  Sem temer o peso e o cansaço, a maioria fez de tudo para evitar confrontos, situações embaraçosas ou qualquer coisa que envolvesse qualquer tipo de conflito injurioso ou difamatório a aqueles que torciam em desfavor da volta do Padre Luiz às celebrações religiosas. Outros encararam pra valer a situação e foram às ruas, mostraram à imprensa local e nacional a insensatez que estavam cometendo contra o Padre; estes “carregaram pedras" ao invés de evitá-las, negá-las ou esquivar-se delas, porque sabiam que estavam levando a verdade, a grandeza espiritual e humana de um evangelizador convicto que continua transformando, com ou sem tempo, o peso das pedras que hoje se transformaram em peso de sabedoria.

Hoje o novo rincão é regado com águas puras, cristalinas, que crescerá e sobreviverá ao homem sem fé, aos invejosos, ao abrupto e terrenos inférteis, porque nele serão captado e geridos novos evangelizadores, e quando vemos a nova estrutura arquitetônica mais parece um pequeno quadro surreal. Mas é um sonho real e sei que a realidade dói quando o sonho tende a se desfazer e possa trazer outro pesadelo, pois a inveja impera no coração de algumas pessoas, não obstante sabermos que no mundo dos sonhos não termos condições de afirmar se tudo poderá voltar a acontecer, se seremos felizes por completo ou, quando um sonho reprisa um passado de luta e sofrimento, possamos encontrar, mesmo assim, o caminho certo, que outrora ousamos percorrer usando a sombra de nossos próprios sonhos. Mesmo no novo recanto às vezes demoraremos encontrar a nós mesmos; encontrar no pároco a pessoa que nos acalentou e nos fez encontrar o caminho de Cristo; demoramos retribuir a amizade a ele que nunca pediu nada em troca, apenas o crescimento espiritual de todos e da própria igreja.  Ele quer ser apenas amigo ou talvez, um benfeitor espiritual nada mais. Quantas vezes, mesmo com sua orientação, tentamos alçar vôos bíblicos e entender o evangelho, mas à frente, encontramos um lugar rodeado por muros intransponíveis, onde não se consegue ver o que acontece do outro lado.  Sonhos que nos confundem e muitas vezes nem sabemos se ele foi real ou imaginário. Tentamos destruir o muro, mas, vem o medo de encontrar do lado de lá forças estranhas e poderosas. Tentamos achar o caminho que percorremos noutros sonhos e, aí, Deus vem e nos guia por um caminho totalmente diferente, mostrando-nos a realidade, o mundo medíocre em que vivemos, mas, mesmo assim, ELE nos dá tranqüilidade, espanta o nosso medo e nos protege do mal que muitas vezes nós mesmos criamos.

 
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